Recentemente, um estudo realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) destacou a importância da eletrificação de processos industriais no Brasil. O objetivo é analisar o potencial dessa transição em substituição ao uso de combustíveis fósseis, promovendo maior eficiência energética e redução de emissões de carbono. Essa mudança, além de ambientalmente sustentável, pode oferecer uma série de oportunidades tributárias para as indústrias brasileiras.
O Cenário Atual e a Transição Energética
A eletrificação de processos industriais está ganhando força como uma solução para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e, consequentemente, diminuir a pegada de carbono das indústrias. O estudo do SENAI e da GIZ busca mapear setores industriais que possam ser beneficiados pela eletrificação, como a produção de alumínio, aço e cimento, que tradicionalmente são grandes consumidores de energia e emissores de CO₂.
Oportunidades Tributárias
A transição para processos eletrificados pode gerar diversas oportunidades tributárias para as indústrias. Entre elas, destaca-se o incentivo fiscal para projetos de inovação tecnológica e sustentabilidade. A legislação brasileira oferece benefícios fiscais, como a redução do Imposto de Renda, para empresas que investem em inovação e em tecnologias que reduzam o impacto ambiental.
Outro ponto importante é a possibilidade de utilizar créditos de PIS/Cofins sobre a compra de insumos e equipamentos necessários para a eletrificação dos processos. Além disso, o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) pode ser uma ferramenta vantajosa para projetos de eletrificação que demandem infraestrutura significativa, como a instalação de novas linhas de transmissão ou subestações.
Desafios Tributários
Apesar das oportunidades, as indústrias devem estar atentas aos desafios tributários que essa transição pode representar. A aquisição de equipamentos importados para eletrificação, por exemplo, pode acarretar custos significativos devido à tributação sobre a importação, como o Imposto de Importação (II) e o IPI. Portanto, é essencial um planejamento tributário estratégico para mitigar esses impactos.
Outro desafio está relacionado ao aproveitamento dos créditos tributários. É importante que as empresas avaliem a viabilidade de aproveitamento desses créditos e o impacto que isso terá no fluxo de caixa da companhia, além de garantir o cumprimento das obrigações acessórias relacionadas.
A eletrificação dos processos industriais representa uma tendência inevitável na busca por uma produção mais limpa e sustentável. Para além dos benefícios ambientais, essa transição pode trazer vantagens tributárias importantes, desde que acompanhada de um planejamento tributário robusto e adaptado às particularidades de cada setor.
Assim, é imprescindível que as indústrias estejam cientes tanto das oportunidades quanto dos desafios tributários ao considerar a eletrificação de seus processos, assegurando que essa mudança seja vantajosa não só do ponto de vista ambiental, mas também financeiro.
Fonte: Portal da Indústria.